sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Entrevista com a rainha hors concours do Cafuçu: Corrinha Mendes


Entrevista com a rainha hors concours do Cafuçu: Corrinha Mendes


Sua risada inconfundível já virou marca registrada do bloco Cafuçu que completa neste carnaval 20 anos de ininterruptos desfiles pelas ruas da cidade do Cabo Branco, de início na orla e agora no centro histórico, o Cafuçu conquistou os paraibanos. De Cabedelo a Cajazeiras o termo cafuçu já se desdobrou em cafucear, cafuceta e cafucina. Eternizando a gargalhada mais gostosa do estado, o Bloco Cafuçu criou o blog :blococafucu.blogspt.com (atenção, o cafucu é com “C” mesmo. Corrinha Mendes é cinqüentona (mas parece ter 20), nasceu em Nazarezinho mas passou a infância tomando banho no açude Grande de Cajazeiras e sonhando em ser modelo. Formou-se em História e se tornou professora de escolas públicas mas o desejo de ser algo mais lhe obsedava. O sonho se concretizou quando se envolveu com os cafuçus Henrique Magalhães, Buda e Bertrand Lira. Sua carreira deslanchou por força da vontade popular quando se tornou a rainha hors concours do Cafuçu. Pelo menos uma vez por ano Corrinha Mendes brilha na mídia local. Se ela está satisfeita com essa fama repentina? Conheça a fundo sua história digna de um conto de fada.

1. Sua maior realização pessoal:
Ser a rainha ó-com-cú do Cafuçu
2. O que a estimula:
Um churrasquinho de gato e uma noite no Motel Bandeirantes.
3. A melhor forma de relaxar:
Posso dizer mesmo? (risos, e ela pára de rir?)
4. Se pudesse mudar algo em você...
Quase nada. Talvez uma pequena lipo para eliminar uns pneuzinhos aqui ou acolá.
5. Um presente:
Uma caixinha de sabonete Alma de Flores e um perfume Lancaster.
6. Um objeto do desejo:
Ter um programa de televisão em Cabaceiras com o nome de BIG BODE.
7. Frase preferida:
“Diga com quem andas e te direi quem és”.
8. Uma recordação da infância:
Banhos no açude grande de Cajazeiras com Buda Lira.
9. Qual sua ocupação favorita:
Fazer uns pontinhos de cruz.
10. Maior vexame:
Numa entrevista para uma emissora de televisão o meu celular tocou. Foi cafuçu demais. Era minha prima Lilá. Que Deus a tenha em bom lugar. Como é que uma pessoa inventa de ligar na hora de uma entrevista? Só sendo cafuçu, né?
11. Um lugar
Pode ser dois? Tibiri e Jacumã, para os fins-de-semana.
12. Que outra profissão teria?
Manicure e pedicure. Adoro pegar no pé dos outros.
13. Que espécie deveria ser extinta?
Político cafuçu que só pensa em se fazer na vida.
14. Uma tentação:
Um prato de rabada.
15. Qual sua maior especialidade?
Preparar angu com fígado de boi e muita graxa.
16. E seu prato preferido?
Um prato de louça.
17. Que música gosta de cantar?
“Sorria”, de Evaldo Braga. Tadinho, morreu sorrindo!
18. Uma sabedoria da vida
“O que vem de baixo não me atinge”.
19. Que pintor a faria gastar dinheiro?
Um pintor de paredes com uma boa pinta.
20. Recomende dois livros:
“Na cama com Danusa” e “Na Mesa com Madonna”.
O primeiro mostra a etiqueta que os casais devem seguir ao fazer amor mesmo que não seja na cama. O de Madonna mostra como se deve comportar mesmo que seja comendo angu. São meus livros de cabeceira.

21. Com quem gostaria de trocar lugar por um mês?
Teresa Madalena para ter um programa chic só meu. Sou fã dela. E tive um a grande felicidade em conhecê-la pessoalmente na abertura do folia de rua. Fiquei tão emocionada que não soube o falar. Tudo meu é inspirado nela.
22. Um homem ideal:
Tony Show. Sonho com ele falando baixinho no meu ouvido. Mas será que ele consegue falar baixo?
23. Uma coisa cafuçu:
As cadeiras de plástico cobertas de cetim do Paço dos Leões.
24. Para quem você mandaria um beijo?
Para Geraldo e Williams da Polícia Federal. São uns gatos.

Como tudo começou...


A história do bloco Cafuçu O bloco Cafuçu surgiu de uma brincadeira entre amigos reunidos no carnaval de 1988, em Itamaracá, Pernambuco. O termo cafuçu era usado frequentemente por Adalice Costa, atriz e funcionária do Departamento de Arquitetura da UFPB quando alguém cometia gafes ou se comportava de “maus modos”, ou simplesmente se vestia fora da moda. Brincou-se com a possibilidade de se criar um bloco com este nome. Um ano mais tarde, o professor e quadrinhista Henrique Magalhães confecciona o primeiro estandarte do Cafuçu e reúne amigos para desfilarem nas Muriçocas. Em 1990, o bloco Cafuçu já está desfilando, autônomo, nas na orla do Cabo Branco e Tambaú animado por um trio elétrico. Nos anos seguintes, o bloco já tinha seu hino com música de Kennedy Costa e letra de Paulo Vieira, membros de primeira hora do Cafuçu. O cantor e compositor Kennedy Costa é filho da saudosa Adalice Costa, hoje homenageada pelo bloco com um boneco gigante, que todos os anos dá o ar da graça na Folia de Rua. Além de Henrique Magalhães e as irmãs Adalice e Ana Costa, a diretoria do bloco era formada, na época, pelo ator Buda Lira, hoje o coordenador do bloco, pelos professores Wiliam Pinheiro e Paulo Vieira (ator e diretor de teatro), os cineastas Bertrand Lira e Torquato Joel, os irmãos Márcio e Márcia Bezerra, entre outros. Nos dois últimos anos, ainda na orla, o Cafuçu dispensou o trio elétrico para o arrastão e saiu com uma banda de frevo. E assim prosseguiu até 1997, quando por idéia de Bertrand Lira, um apaixonado pela história e arquitetura da cidade antiga, a diretoria decidiu se mudar de mala e cuia para o Centro Histórico, experimentando a rua Duque de Caxias nos dois primeiros anos e depois se instalando definitivamente na Praça Dom Adauto (Praça do Bispo), onde acontece a concentração de onde parte o arrasto até à praça Antenor Navarro na Cidade Baixa. Desta forma, o bloco tem contribuído para o resgate do carnaval de rua da capital, procurando incrementar o calendário de eventos culturais, nesta área urbana de fundação da cidade. Durante o ano o bloco realiza outras atividades culturais, a exemplo do “Santo Antônio do Cafuçu”, como parte dos festejos juninos da cidade, e o Baile do Cafuçu para escolha “casal cafuçu” do bloco, além de exposições fotográficas, lançamentos de filmes e espetáculos de teatro, através da OSIP Grupo Artesanal, organização social de interesse público que representa legalmente o bloco.

HINO DO CAFUÇU



Cafuçu (É com ele que eu vou)
Kennedy Costa e Paulo Vieira

Cabelo com brilhantina
Duas lapadas de pinga
Pente no bolso
No corpo muita ginga
Medalhão no pescoço
Cheirando a Mistral

Lá vai o cafuçu
brincar o carnaval (bis)

Quem passa em Tambaú
Sabe o que é alegria
O cafuçu é uma eterna folia

Eu sou a cara da massa
E quando a gente passa
A moçada toda vai gritando assim

Olha o cafuçu
ô ô ô
Olha o cafuçu
Também sou
Olha o cafuçu
ô ô ô
Também vou
E é por isso que é com ele que eu vou, ê ô (bis)

Cafuçu' inova desfile com pólos de concentração e percursos distintos


Natália Xavier

Do Jornal da Paraíba

O Bloco Cafuçu, um dos mais irreverentes das prévias carnavalescas da Capital, neste ano terá dois polos de concentração e, por causa disso, serão feitos também dois percursos distintos. De acordo com uma das coordenadoras do bloco, Marcelina Moraes, a divisão foi feita para acomodar o grande número de foliões que acompanham o ‘Cafuçu’.
“No ano passado, a estimativa foi de que 50 mil pessoas participaram do bloco. Neste ano, pretendemos reunir cerca de 70 mil pessoas”, disse Marcelina.
De acordo com a organização, um polo de concentração será no Ponto de Cem Réis e o outro continuará sendo na Praça Dom Adauto, conhecida popularmente como Praça do Bispo e onde acontecia a concentração do bloco nos anos anteriores. Em cada polo será montado um palco em que orquestras de frevo animarão os foliões.
As pessoas que participarem da concentração no Ponto de Cem Réis irão desfilar pela Duque de Caxias, General Osório e Rua da Areia. Já quem preferir começar a folia na Praça Dom Adauto, irá descer a Conceladeira da Borborema.
Os dois pólos serão acompanhados por nove orquestras de frevo cada um e se encontram na praça Antenor Navarro, onde a orquestra Cafuçeta estará aguardando os foliões para encerrar a festa. O desfile faz parte da programação do ‘Folia de Rua’ e acontecerá no dia 12 de fevereiro. Em seu 20º aniversário, a concentração do bloco está marcada para as 19h e a saída deve acontecer às 22h.
Fantasia
A rainha do Cafuçu “Corrinha” ainda não definiu sua fantasia. Uma atração a parte no bloco, “Corrinha” disse que ainda está indecisa e aguarda sugestões. “Pensei na Freirinha de Botero (Fernando Botero, pintor Colombiano), mas ainda não sei. Pensei na cantora Lady Gaga também. Estou em dúvida entre estas duas. Se for a freirinha, vou fazer uma freira rebelada”, afirmou.